computador, esperando a sua boa vontade de ligar enquanto eu descansava a última xícara de café que restava na casa, sobre a mesa. Fumegante e com um aroma de café perfeito. O café havia acabado, nem eu nem meu pai tinhamos a vontade que nos levaria até o mercadinho mais próximo que se encontrava na nossa esquina.
Enquanto meu computador fazia barulhos estranhos, porém conhecidos, eu trouxe as pernas junto ao corpo, evitando que a mínima corrente de ar frio entrasse pelo meu casaco.
Eu era filha de um pai solteiro, que ao contrário de muitos outros não tinha nenhum problema para falar sobre a sua ex-mulher, cuja fugiu com seu irmão mais velho para alguma cidade ao sul do méxico e passava a maioria de tempo gastando dinheiro em botóx.
Ele era um pai magnífico, que fazia mágicas com a nossa renda baixa. Éramos confidentes, irmãos, pai e filha.
Ajeitei-me na cadeira, tentando achar uma posição confortável, esse frio excessivo acabava comigo.
Merda! Merda! Merda! Pulei da cadeira rápido e começei a pular pelo quarto.
A última xícara lendária havia tombado por cima de mim, e cara, aquilo queimava!
Peguei a blusa mais próxima que encontrei e passei por cima, assoprando, como se adiantasse.
Enfim, quando me dei por conta qual blusa eu havia peguedo para secar, eu chinguei interiormente.
- Ótimo, Rebecca. Agora sim você merece um prêmio como desastrada e desatenta do ano. Com que blusa eu vou para escola amanhã? Raios! Argh.
Duas batidas na porta me chamaram a atenção.
Então ela se entre abriu e uma parte da cabeça do meu pai se pôs para dentro, dando um toque cômico para cena.
- Tudo certo? Pensei que alguém havia te raptado, eu vim aqui para ver quanto essa pessoa iria cobrar.
Eu tive que rir.
- Ha, pai já pensou em ser piadista? Minha ironia era bem clara e ele adorava fazer piadas disso.
- Sério? Será que eu teria futuro? Acho que vou tentar, tem um circo aqui perto e...
Eu fechei a porta.
- Sim, pai vai lá. Enquanto eu me mudo, depois eu levo seu nariz de palhaço.
Ele gargalhou.
Troquei de blusa rapidamente e coloquei meu casacão por cima, botas de neve e minha boina.
Adentrei a sala, e peguei minha chave colocando no bolso.
- Vai sair? Disse ele com um pedaço enorme de bolo na boca.
Sorri, indo em direção a porta.
- Sinto lhe dizer, mas nosso café acabou. Vou na cafeteria tomar um café.
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Você é o único ser humano em sã consciência que vai ao trabalho em um dia de domingo.
Quase lá fora, eu gritei em resposta.
- Mas eu não estou indo lá para trabalhar, hoje é meu dia de folga, pai.
- Não querida, está indo lá para gastar o dinheiro que você tira de lá.
Eu ri, não havia entendido muito bem, mas devia fazer sentido.
Assoprei minhas mãos, sentindo uma lufada de ar gelado em meu rosto. Enfiei as mãos no bolso e andei cautelosamente pelas tuas congeladas. Digamos que meu equilíbrio não é tão bom a ponto de eu caminhar novamente por essas ruas, nesse tempo.
Impressionante, não consigo não imaginar essa história. É muito longa meu deuso! Não vou escrever, bai :1
terça-feira, 27 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Épico.
Trouxe a xícara de porcelana nova e bem polida até minha boca, para degustar algum tipo de chá de ervas do campo, amenizando a tensão que pairava sobre aquele cômodo. O serviçal mais alto estava parado junto à porta gigantesca de onde se podia escutar os múrmurios de nossa hóspede reclamando sobre o quão apertado seu corpete estava.
- Mal posso eu respirar! - Exclamou ela em um sussurro.
- Encolha a barriga, senhorita! Exigiu a sua serviçal.
Elas andavam sempre juntas e isso me deixava completamente entregado aos nervos por não ter um tempo a sós com ela nesse período curto em que ela estaria acomodada nos aposentos de meu pai.
Foi então que as reclamações cessaram e os passos foram ficando cada vez mais audivéis.
Ela adentrou o recinto com uma graciosidade que se não fosse minha mão agarrada à mesa teria cambaleado de encontro ao chão.
Seus cabelos estavam presos em um coque com mechas que lhe caiam onduladas sobre os seus ombros nus. Seus cílios naturalmente longos que davam ao seu rosto redondo um ar angelical, estavam mais escuros e seus lábios perfeitamente contornados com um batom vermelho sangue, dando contraste com seu sorriso de mil estrelas.
Seu corpo perfeitamente encaixado ao corpete lhe acentuava a cintura, com seu vestido bordado descansado por cima. Ela me deixava louco.
Eu tinha de adimitir que de todas as belas moças da província ela era aquela moçoila com seu andar a passos sublimes e quem havia tomado meu coração.
- Você está divina. - Balbuciei.
Ela sorriu meio anjo, meio diabo.
- Fico muito agradecida com o elogio. - Se curvou em agradecimento e dirigiu-se até a porta, arrastando suavemente seu vestido, com a serviçal impertinente em seu encalçe.
Naquele momento tive a certeza de que um amor platônico nascerá em meu peito.
- Mal posso eu respirar! - Exclamou ela em um sussurro.
- Encolha a barriga, senhorita! Exigiu a sua serviçal.
Elas andavam sempre juntas e isso me deixava completamente entregado aos nervos por não ter um tempo a sós com ela nesse período curto em que ela estaria acomodada nos aposentos de meu pai.
Foi então que as reclamações cessaram e os passos foram ficando cada vez mais audivéis.
Ela adentrou o recinto com uma graciosidade que se não fosse minha mão agarrada à mesa teria cambaleado de encontro ao chão.
Seus cabelos estavam presos em um coque com mechas que lhe caiam onduladas sobre os seus ombros nus. Seus cílios naturalmente longos que davam ao seu rosto redondo um ar angelical, estavam mais escuros e seus lábios perfeitamente contornados com um batom vermelho sangue, dando contraste com seu sorriso de mil estrelas.
Seu corpo perfeitamente encaixado ao corpete lhe acentuava a cintura, com seu vestido bordado descansado por cima. Ela me deixava louco.
Eu tinha de adimitir que de todas as belas moças da província ela era aquela moçoila com seu andar a passos sublimes e quem havia tomado meu coração.
- Você está divina. - Balbuciei.
Ela sorriu meio anjo, meio diabo.
- Fico muito agradecida com o elogio. - Se curvou em agradecimento e dirigiu-se até a porta, arrastando suavemente seu vestido, com a serviçal impertinente em seu encalçe.
Naquele momento tive a certeza de que um amor platônico nascerá em meu peito.
Sabe aquelas coberturas...
... de ricos, onde se encontra o parapeito e um pouco mais a frente metros e metros de altura até chegar ao solo? Eu me encontrava do outro lado da barra de ferro com a pontinha dos pés ao nada.
Minha agonia era birrenta, mas eu não iria me render. Passei as costas da minha mão sob os olhos, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
Atrás de mim, sentado casualmente com seu cigarro na boca e rindo, ele me observava.
Sínico, debochado e canalha como sempre.
- Qual é Anne? Já não passamos por isso antes? - Disse ele em um tom de desdém, que me irritou mais do que profundamente.
- Mas, mas dessa vez eu vou me jogar de verdade! - Eu joguei as palavras corridas, tropeçadas uma nas outras, e gaguejei. Meu ponto fraco.
O "porquê" da minha ceninha? Ele estava novamente com ela, rindo com ela, sua mão sobre a dela, brincando com ela.
Porque nesse mundo consumista e cheio de garotas como eu, ele vai querer logo estar com ela?
Rídiculo, falta de senso.
- Adimita, você é bem fútil, compra sempre, tem esse gênio péssimo! Ruim é pouco, e é uma garota com o ego acima de tudo, como eu posso te aguentar?
Ele riu de uma piadinha interior que eu não compreendi, mas não esperava uma resposta. Meu olhar ficou vazio, um buraco se abriu no meu peito e ele pareceu ver a mudança de expressão.
Antes eu apenas brincava em me jogar, mas agora eu tinha motivos.
Ele tinha razão, eu era apenas mais um ser materialista, meu chão caiu, toque de realidade que faltava.
Ele jogou o cigarro no chão e pisou, aproximou-se devagar e encostou as mãos na barra de ferro ao meu lado encarando-me.
- Anne, qual é? Desça logo, vamos!
Eu olhei para baixo, cada vez mais convicta do que eu queria.
Ele pareceu alarmado.
- Anne, não por favor, venha, venha comigo.
Eu continuei sem foco, não prestando atenção nele.
Ele descansou sua mão na minha, chamando minha atenção.
- O que eu falei... não leve a sério. - Pela primeira vez em todos esses anos de confusão, ele parecia-me sincero. Aqueles olhos me hipnotizavam, aquele cabelo propositalmente desajeitado me deixava como louca.
Puxou-me calmamente. Colocou-se diante de mim, com sua mão em meu queixo e seu olhar no meu.
Falou em um sussurro:
- Você sabe que eu te quero, que eu te desejo. Se você não fosse essa menininha linda, tão frágil, tão delicada, meu coração não seria tão seu. Eu quero te cuidar, cada segundo que eu viver. Eu quero suas birras só para mim. Esses seus olhos tão profundos que guardam muito mais do que cartões de créditos, eu os quero. Então saiba, Anne, que não me importa mais ninguém, além de você.
Ele suspirou e aproximou minha boca de seus lábios puxando-me delicadamente pelo queixo.
O amor que antes eu sentia, explodiu em meu peito, tornando tudo muito caótico ali dentro.
Eu não queria estar longe dele, eu não queria ninguém além dele.
Eu não PRECISAVA de outros lábios que não fossem os dele, e ele era inteiramente meu.
Minha agonia era birrenta, mas eu não iria me render. Passei as costas da minha mão sob os olhos, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
Atrás de mim, sentado casualmente com seu cigarro na boca e rindo, ele me observava.
Sínico, debochado e canalha como sempre.
- Qual é Anne? Já não passamos por isso antes? - Disse ele em um tom de desdém, que me irritou mais do que profundamente.
- Mas, mas dessa vez eu vou me jogar de verdade! - Eu joguei as palavras corridas, tropeçadas uma nas outras, e gaguejei. Meu ponto fraco.
O "porquê" da minha ceninha? Ele estava novamente com ela, rindo com ela, sua mão sobre a dela, brincando com ela.
Porque nesse mundo consumista e cheio de garotas como eu, ele vai querer logo estar com ela?
Rídiculo, falta de senso.
- Adimita, você é bem fútil, compra sempre, tem esse gênio péssimo! Ruim é pouco, e é uma garota com o ego acima de tudo, como eu posso te aguentar?
Ele riu de uma piadinha interior que eu não compreendi, mas não esperava uma resposta. Meu olhar ficou vazio, um buraco se abriu no meu peito e ele pareceu ver a mudança de expressão.
Antes eu apenas brincava em me jogar, mas agora eu tinha motivos.
Ele tinha razão, eu era apenas mais um ser materialista, meu chão caiu, toque de realidade que faltava.
Ele jogou o cigarro no chão e pisou, aproximou-se devagar e encostou as mãos na barra de ferro ao meu lado encarando-me.
- Anne, qual é? Desça logo, vamos!
Eu olhei para baixo, cada vez mais convicta do que eu queria.
Ele pareceu alarmado.
- Anne, não por favor, venha, venha comigo.
Eu continuei sem foco, não prestando atenção nele.
Ele descansou sua mão na minha, chamando minha atenção.
- O que eu falei... não leve a sério. - Pela primeira vez em todos esses anos de confusão, ele parecia-me sincero. Aqueles olhos me hipnotizavam, aquele cabelo propositalmente desajeitado me deixava como louca.
Puxou-me calmamente. Colocou-se diante de mim, com sua mão em meu queixo e seu olhar no meu.
Falou em um sussurro:
- Você sabe que eu te quero, que eu te desejo. Se você não fosse essa menininha linda, tão frágil, tão delicada, meu coração não seria tão seu. Eu quero te cuidar, cada segundo que eu viver. Eu quero suas birras só para mim. Esses seus olhos tão profundos que guardam muito mais do que cartões de créditos, eu os quero. Então saiba, Anne, que não me importa mais ninguém, além de você.
Ele suspirou e aproximou minha boca de seus lábios puxando-me delicadamente pelo queixo.
O amor que antes eu sentia, explodiu em meu peito, tornando tudo muito caótico ali dentro.
Eu não queria estar longe dele, eu não queria ninguém além dele.
Eu não PRECISAVA de outros lábios que não fossem os dele, e ele era inteiramente meu.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
As pessoas erram quando dizem que...
... O tempo cura tudo.
O Tempo não cura uma perda, ele ameniza aquela dor inconcebível do começo. Você olha para trás, e te invade uma sensação de arrependimento. Nem que seja aquele arrependimento de não ter abraçado suficiente, de não ter feito essa pessoa tão feliz.
Pode se passar anos e anos, e de repente uma mulher com um casaco claro passa na rua e você lembra da cor dos olhos daquela pessoa perdida, afastada.
Você começa a lembrar em pequenos gestos o que ela fazia, em pequenos timbres a sua voz.
E de repente você se encontra em um buraco igual ao do dia da perda.
Em primeiro sua mente diz a si mesmo que essa pessoa não se foi por completo, esta apenas fazendo uma viajem divertida, é porque ainda a sentimos junto a nós, e demora para percebermos que ela não estará mais ali.
Eu nunca agradeci o suficiente por tudo que "ela" fez para mim, e nunca dei a certeza do meu amor .
Deixar isso se repetir com outro alguém seria burrice, tolice. Mostrar seu amor do jeito certo nunca é demais.
E se eu pudesse pelo menos uma última vez agradecer eu não desperdiçaria de jeito algum, mas agora só posso dizer QUE SINTO SUA FALTA, PRA SEMPRE ASSIM.
O Tempo não cura uma perda, ele ameniza aquela dor inconcebível do começo. Você olha para trás, e te invade uma sensação de arrependimento. Nem que seja aquele arrependimento de não ter abraçado suficiente, de não ter feito essa pessoa tão feliz.
Pode se passar anos e anos, e de repente uma mulher com um casaco claro passa na rua e você lembra da cor dos olhos daquela pessoa perdida, afastada.
Você começa a lembrar em pequenos gestos o que ela fazia, em pequenos timbres a sua voz.
E de repente você se encontra em um buraco igual ao do dia da perda.
Em primeiro sua mente diz a si mesmo que essa pessoa não se foi por completo, esta apenas fazendo uma viajem divertida, é porque ainda a sentimos junto a nós, e demora para percebermos que ela não estará mais ali.
Eu nunca agradeci o suficiente por tudo que "ela" fez para mim, e nunca dei a certeza do meu amor .
Deixar isso se repetir com outro alguém seria burrice, tolice. Mostrar seu amor do jeito certo nunca é demais.
E se eu pudesse pelo menos uma última vez agradecer eu não desperdiçaria de jeito algum, mas agora só posso dizer QUE SINTO SUA FALTA, PRA SEMPRE ASSIM.
Surto de Realidade.
Sentada aqui, deslizando meus dedos pelo teclado com certa grosseria e escutando a música repetidas vezes eu acabo de percerber a realidade. O lado real.
Uma garota que antes eu julgava de um modo indiferente agora me fez ver tantas coisas. Como por exemplo, ela.
Ela é forte quando precisa, mas lá no fundo ela sente uma vontade de ter alguém para escutar. Tem algo mais injusto nesse mundo do que sofrer sozinha?
Ela precisa do seu tempo e ela aprende nos erros. Ela é meiga e ao mesmo tempo rude. Ela é doce, mas sabe também (em horas certas) ser muito amarga.
Ela é uma criança muito adulta, e sabe lidar direito com as coisas. Tem seus momentos de confusão e de raiva, mas não perde a essência que a define.
Depois de parar um tempo e observar que aquela garota que não fazia diferença para mim eu realmente percebi o quanto humano os outros são, e que não sou só eu que sinto as coisas.
Ela me ensinou a escutar, e me ensinou ver coisas de diferentes ângulos. É por isso que eu, do fundo do meu coração e de todos os sentimentos que eu tenho, venho agradecer sinceramente essa diferença que ela fez.
E deixar consciente que sempre vai ter alguém do seu lado. Você pode se sentir sozinha, mas estar você nunca vai estar.
Espero de uma maneira ou de outra poder retribuir tudo isso. Um simples OBRIGADO, é pouco para mim.
Te desejo momentos felizes para se aproveitar e ruins para se aprender, eu sei que você consegue, eu acredito plenamente em ti.
Como você sempre me diz: "I love you", agora eu digo : "I love you too" ♥
Don't you believe girl? You'll change the world! *-*
Uma garota que antes eu julgava de um modo indiferente agora me fez ver tantas coisas. Como por exemplo, ela.
Ela é forte quando precisa, mas lá no fundo ela sente uma vontade de ter alguém para escutar. Tem algo mais injusto nesse mundo do que sofrer sozinha?
Ela precisa do seu tempo e ela aprende nos erros. Ela é meiga e ao mesmo tempo rude. Ela é doce, mas sabe também (em horas certas) ser muito amarga.
Ela é uma criança muito adulta, e sabe lidar direito com as coisas. Tem seus momentos de confusão e de raiva, mas não perde a essência que a define.
Depois de parar um tempo e observar que aquela garota que não fazia diferença para mim eu realmente percebi o quanto humano os outros são, e que não sou só eu que sinto as coisas.
Ela me ensinou a escutar, e me ensinou ver coisas de diferentes ângulos. É por isso que eu, do fundo do meu coração e de todos os sentimentos que eu tenho, venho agradecer sinceramente essa diferença que ela fez.
E deixar consciente que sempre vai ter alguém do seu lado. Você pode se sentir sozinha, mas estar você nunca vai estar.
Espero de uma maneira ou de outra poder retribuir tudo isso. Um simples OBRIGADO, é pouco para mim.
Te desejo momentos felizes para se aproveitar e ruins para se aprender, eu sei que você consegue, eu acredito plenamente em ti.
Como você sempre me diz: "I love you", agora eu digo : "I love you too" ♥
Don't you believe girl? You'll change the world! *-*
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Escolher.
Ele havia me chamado para uma conversa, aquela que eu achava que iria ser definitiva. Em alguma parte do meu subconsciente dizia para não ir até lá. Até o lugar onde tudo começou. E eu não queria ir. Eu gostava do jeito que tinha acabado, do final que eu achava que tinha dado.
Eu me encontrava novamente naquela pequena cabana abafada no topo da colina.
Ela estava abandonada a muito tempo e ninguém (além de nós) vinha ali. Balançei a cabeça tentando afastar a lembraça do dia em que tudo foi mais perfeito. Patética, afastando memórias que me faziam bem, mas era bem melhor assim do que me afundar na ilusão de que aquela brincadeira de verdades poderia continuar.
Afastei a porta em condições deploráveis e entrei.
Ele se encontrava sentado em uma cadeira velha perto da lareira onde mal havia fogo.
Sem dizer nenhuma palavra me sentei em uma poltrona que soltava pó a qualquer pequeno movimento perto da janela, observando os pingos da chuva que tentavam ultrapassar o vidro.
Ele esperava eu falar alguma coisa, e eu fazia o mesmo em respeito a ele, mas desse jeito nada seria dito.
Mas antes que eu pronunciasse algo ele virou a cadeira em minha direção, eu não tive coragem de olhar.
- Você sabe que não ama ele.
Eu respirei fundo e girei o corpo.
- Sei?
- Sabe, só não quer ser convencida disso. Você sabe que quem realmente quer sou eu, só tem medo de adimitir isso.
Irritante quando ele tinha razão, mas o que eu poderia fazer? Mesmo que cada célula do meu corpo, mesmo que cada pensamento meu fosse direcionado para ele eu não tinha coragem de trocar o certo pelo duvidoso.
Ele continuou falando sem se importar de não ter uma resposta.
- Você tem medo porque eu sou diferente, não sou um cachorrinho mandado como ele.
- Cale a boca. - Cerrei os dentes. Ele era irritante, e mesmo assim eu o desejava.
Respirei fundo, deixando o ar abafado me invadir. Talvez fosse melhor ir embora dali, ficar longe dele. Talvez...
Eu iria dar um fim nessa situação enquanto me restava coragem.
Me virei para levantar, sem mais nem menos, em um movimento ele tinha as mãos em minha cintura e sua testa na minha, eu sentia sua respiração úmida bater no meu rosto, com os olhos fechados e seu corpo junto ao meu ele falava lentamente.
- Você é o amor da minha vida.
Eu congelei, ele nunca havia falado assim. Meu coração acelerou, apenas escutando o som da sua voz.
Ele passou os lábios pelos meus devagar.
- ... E eu sou o amor da sua, porfavor, aceite isso.
Eu era fraca, patética e completamente apaixonada. Não havia saída, eu era egoísta e queria ter os dois para mim.
Respirei fundo e puxei seu rosto de encontro ao meu, me perdendo naqueles lábios que eu não teria coragem de deixar. Ele me manipulava e sabia disso. Eu o amava, e isso ele também sabia.
E a partir daquele beijo, nós estaríamos repetindo aquele dia.
Eu me encontrava novamente naquela pequena cabana abafada no topo da colina.
Ela estava abandonada a muito tempo e ninguém (além de nós) vinha ali. Balançei a cabeça tentando afastar a lembraça do dia em que tudo foi mais perfeito. Patética, afastando memórias que me faziam bem, mas era bem melhor assim do que me afundar na ilusão de que aquela brincadeira de verdades poderia continuar.
Afastei a porta em condições deploráveis e entrei.
Ele se encontrava sentado em uma cadeira velha perto da lareira onde mal havia fogo.
Sem dizer nenhuma palavra me sentei em uma poltrona que soltava pó a qualquer pequeno movimento perto da janela, observando os pingos da chuva que tentavam ultrapassar o vidro.
Ele esperava eu falar alguma coisa, e eu fazia o mesmo em respeito a ele, mas desse jeito nada seria dito.
Mas antes que eu pronunciasse algo ele virou a cadeira em minha direção, eu não tive coragem de olhar.
- Você sabe que não ama ele.
Eu respirei fundo e girei o corpo.
- Sei?
- Sabe, só não quer ser convencida disso. Você sabe que quem realmente quer sou eu, só tem medo de adimitir isso.
Irritante quando ele tinha razão, mas o que eu poderia fazer? Mesmo que cada célula do meu corpo, mesmo que cada pensamento meu fosse direcionado para ele eu não tinha coragem de trocar o certo pelo duvidoso.
Ele continuou falando sem se importar de não ter uma resposta.
- Você tem medo porque eu sou diferente, não sou um cachorrinho mandado como ele.
- Cale a boca. - Cerrei os dentes. Ele era irritante, e mesmo assim eu o desejava.
Respirei fundo, deixando o ar abafado me invadir. Talvez fosse melhor ir embora dali, ficar longe dele. Talvez...
Eu iria dar um fim nessa situação enquanto me restava coragem.
Me virei para levantar, sem mais nem menos, em um movimento ele tinha as mãos em minha cintura e sua testa na minha, eu sentia sua respiração úmida bater no meu rosto, com os olhos fechados e seu corpo junto ao meu ele falava lentamente.
- Você é o amor da minha vida.
Eu congelei, ele nunca havia falado assim. Meu coração acelerou, apenas escutando o som da sua voz.
Ele passou os lábios pelos meus devagar.
- ... E eu sou o amor da sua, porfavor, aceite isso.
Eu era fraca, patética e completamente apaixonada. Não havia saída, eu era egoísta e queria ter os dois para mim.
Respirei fundo e puxei seu rosto de encontro ao meu, me perdendo naqueles lábios que eu não teria coragem de deixar. Ele me manipulava e sabia disso. Eu o amava, e isso ele também sabia.
E a partir daquele beijo, nós estaríamos repetindo aquele dia.
Como dizia o sábio House...
- Por que você se apega mais aos fracassos do que as conquistas?
- Porque as conquistas só duram o tempo em que não há ninguém para vim estragar, já os fracassos duram pra sempre.
(aplausos)
- Porque as conquistas só duram o tempo em que não há ninguém para vim estragar, já os fracassos duram pra sempre.
(aplausos)
Confusão de sentimentos.
Se eu fico triste é porque sou chata, irritante e etc.
Se eu fico alegre demais é que sou falsa e incomoda.
Se eu paro de chorar e fico bem é porque sou bipolar.
Cara, vocês querem que eu seja como? Me diz.
Então, eu mandei tudo pra puta que pariu e pude sorrir de verdade :D
P.s: Parece que ninguém sabe o real sentido da palavras " BIPOLAR "
Se eu fico alegre demais é que sou falsa e incomoda.
Se eu paro de chorar e fico bem é porque sou bipolar.
Cara, vocês querem que eu seja como? Me diz.
Então, eu mandei tudo pra puta que pariu e pude sorrir de verdade :D
P.s: Parece que ninguém sabe o real sentido da palavras " BIPOLAR "
sábado, 10 de outubro de 2009
Playing God
Será que ninguém mais conseguia ver o que eu conseguia? Traguei lentamente meu cigarro, e inclinei minha cabeça para trás, soprando toda a fumaça para cima. Mais um vez eu estava sentada no terraço olhando as luzes da cidade fazerem desenhos lá embaixo. Meu blusão gasto e cabelo preso com as mechas caindo.
Era um lugar calmo e sem pensamentos alheios ou influências exteriores, eu não precisava delas.
Mas além dos problemas cotidianos, contas a pagar, preocupações, o que mais me encomodava era ele ser assim.
Ele realmente achava que era Deus, e que poderia brincar com qualquer uma. Não sei se era apenas eu que via ele do jeito certo, do jeito real, mas parecia que sim. Da primeira vez que caí naqueles olhos e naquele tom de voz eu já sabia que esse garoto havia sido muito mimado, e que a única coisa que ele via era ele. Mesmo o errado daquela história ser ele ele insistia em transmitir toda a culpa para mim! Era incrível como ele colocava as coisas de uma forma em que a vilã fosse eu, a bandída sem coração. Eu sentia pena dele. Um sorrisinho brotou nos meus lábios e eu balançei a cabeça.
Ele tinha uma convicção de que o erro foi meu que parecia que ele não tinha um espelho, ele não queria ser refletido. Mas da próxima vez que essa história viesse à tona eu iria virar seu corpo de frente para um espelho, talvez ele entendesse o que eu digo.
Pessoas como ele não se importam com nada, e não vão mudar. Por grande esforço que façam, vão continuar com seu ego maior que todos os sentimentos.
Patético. Levantei tomando cuidado, e andei até a ponta do prédio, a passos pequenos. Abri os braços e respirei fundo, olhando para baixo a vertigem me atingiu, junto com ela a força do vento.
It's just my humble opinion
But it's one that I believe in
You don't deserve a point of view
If the only thing you see is you
You don't have to believe me
But the way I, way I see it
Next time you point a finger
I might have to bend it back
Or break it, break it off
Next time you point a finger
I'll point you to the mirror ♪
Era um lugar calmo e sem pensamentos alheios ou influências exteriores, eu não precisava delas.
Mas além dos problemas cotidianos, contas a pagar, preocupações, o que mais me encomodava era ele ser assim.
Ele realmente achava que era Deus, e que poderia brincar com qualquer uma. Não sei se era apenas eu que via ele do jeito certo, do jeito real, mas parecia que sim. Da primeira vez que caí naqueles olhos e naquele tom de voz eu já sabia que esse garoto havia sido muito mimado, e que a única coisa que ele via era ele. Mesmo o errado daquela história ser ele ele insistia em transmitir toda a culpa para mim! Era incrível como ele colocava as coisas de uma forma em que a vilã fosse eu, a bandída sem coração. Eu sentia pena dele. Um sorrisinho brotou nos meus lábios e eu balançei a cabeça.
Ele tinha uma convicção de que o erro foi meu que parecia que ele não tinha um espelho, ele não queria ser refletido. Mas da próxima vez que essa história viesse à tona eu iria virar seu corpo de frente para um espelho, talvez ele entendesse o que eu digo.
Pessoas como ele não se importam com nada, e não vão mudar. Por grande esforço que façam, vão continuar com seu ego maior que todos os sentimentos.
Patético. Levantei tomando cuidado, e andei até a ponta do prédio, a passos pequenos. Abri os braços e respirei fundo, olhando para baixo a vertigem me atingiu, junto com ela a força do vento.
It's just my humble opinion
But it's one that I believe in
You don't deserve a point of view
If the only thing you see is you
You don't have to believe me
But the way I, way I see it
Next time you point a finger
I might have to bend it back
Or break it, break it off
Next time you point a finger
I'll point you to the mirror ♪
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Medo
Eu me encolhia, trazendo minhas pernas para bem perto do meu corpo, com medo do que pudesse ter ao meu arredor. Estava tão escuro e eu não sabia como tinha ido parar ali.
Em um momento me encontrava na cama com o meu pijama novo e fofo e em outro estava em um lugar frio. Nada eu podia escutar além da minha respiração. Alguns minutos se passaram e as luzes se acenderam, tão de repente que meus olhos arderam, e num movimento automático coloquei minhas mãos sobre eles.
Escutei passos, e tive medo, muito medo. Aquele medo que eu custumava sentir todos os dias da minha vida. Insegurança, medo de não ser aceita, medo de não ter alguém para confiar, medo de não conseguir... Medos, medos que nunca me deixavam.
Esse novo medo me impedia de tirar as mãos da frente de meus olhos. Então uma voz doce e masculina me alertou.
- Sem medo, abra os olhos.
Sem medo? Não sabia o que era isso, mas obedeci. Minha curiosidade se tranformou em necessidade. Estava parado em minha frente um homem com seus 40 anos, com um terno que aparentava ser caro e os olhos acolhedores. Resolvi dar uma olhada ao redor.
Eram 4 paredes feitas de espelhos, eu estava sentada ao chão.
Ele puxou uma cadeira e sentou-se, onde estava essa cadeira antes?
Continuei encarando-o, enquanto ele sorria. Uma figura paterna. Ou ao menos eu achava que era.
- Esta com medo?
Engoli em seco.
- Sim.
- Não precisa. Não vou fazer nada.
Eu tinha tantas perguntas, como eu estava ali? Mas meu medo era maior.
O silêncio se fez enorme, até que ele limpou a garganta, mas não parecia nada impaciente.
- Já te falaram que o medo é um dos piores sentimentos que existe?
Eu respirei fundo e me endireitei, com a palma das mãos apoiadas no chão.
- Por que?
Ele riu.
- Porque o medo deixa as pessoas cegas. Não as deixa tomar uma decisão certa, as deixam de guarda baixa.
- Como assim?
As perguntas vinham automaticamente, ele me passava serenidade, misterioso. Quem era ele?
- Você esta com medo. E esse medo não deixou você ver que tem uma porta de saída aqui. E mesmo que tivesse visto, aposto que você não teria ido em direção a ela. Medo, sempre o medo.
Olhei em volta, prestando a devida atenção e percebi realmente, que além de espelhos havia uma porta.
- Estou sonhando não estou? Quem é você?
Ele pareceu ignorar.
- O medo, nos deixa vulneráveis, nos enloquece, nos torna piores do que somos.
O medo nos faz sentir calafrios, borboletas na barriga, as mãos suam e você quer gritar.
- Pensei que esse fosse o amor...
Ele riu abertamente.
- Tem uma certa semelhança. O amor gera muitos outros sentimentos.
Ele cruzou os braços.
- O medo pode acabar com a saúde física e mental, e não precisa muito para isso acontecer. Então tome cuidado, não deixe o medo te dominar. Não deixe o medo acabar com quem você é. Lembre-se que se falhar, não será o fim.
Ele se levantou calmamente e andou até um espelho. Seu reflexo estava claro, sem sombras. Então a compreensão me invadiu.
- Meu subconsciente?
Ele esboçou um pequeno sorriso para mim e sumiu, então me dirigi lentamente até a única porta que tinha ali, girei a maçaneta e... acordei. Sem medo de tentar fazer do meu dia um dia melhor.
Em um momento me encontrava na cama com o meu pijama novo e fofo e em outro estava em um lugar frio. Nada eu podia escutar além da minha respiração. Alguns minutos se passaram e as luzes se acenderam, tão de repente que meus olhos arderam, e num movimento automático coloquei minhas mãos sobre eles.
Escutei passos, e tive medo, muito medo. Aquele medo que eu custumava sentir todos os dias da minha vida. Insegurança, medo de não ser aceita, medo de não ter alguém para confiar, medo de não conseguir... Medos, medos que nunca me deixavam.
Esse novo medo me impedia de tirar as mãos da frente de meus olhos. Então uma voz doce e masculina me alertou.
- Sem medo, abra os olhos.
Sem medo? Não sabia o que era isso, mas obedeci. Minha curiosidade se tranformou em necessidade. Estava parado em minha frente um homem com seus 40 anos, com um terno que aparentava ser caro e os olhos acolhedores. Resolvi dar uma olhada ao redor.
Eram 4 paredes feitas de espelhos, eu estava sentada ao chão.
Ele puxou uma cadeira e sentou-se, onde estava essa cadeira antes?
Continuei encarando-o, enquanto ele sorria. Uma figura paterna. Ou ao menos eu achava que era.
- Esta com medo?
Engoli em seco.
- Sim.
- Não precisa. Não vou fazer nada.
Eu tinha tantas perguntas, como eu estava ali? Mas meu medo era maior.
O silêncio se fez enorme, até que ele limpou a garganta, mas não parecia nada impaciente.
- Já te falaram que o medo é um dos piores sentimentos que existe?
Eu respirei fundo e me endireitei, com a palma das mãos apoiadas no chão.
- Por que?
Ele riu.
- Porque o medo deixa as pessoas cegas. Não as deixa tomar uma decisão certa, as deixam de guarda baixa.
- Como assim?
As perguntas vinham automaticamente, ele me passava serenidade, misterioso. Quem era ele?
- Você esta com medo. E esse medo não deixou você ver que tem uma porta de saída aqui. E mesmo que tivesse visto, aposto que você não teria ido em direção a ela. Medo, sempre o medo.
Olhei em volta, prestando a devida atenção e percebi realmente, que além de espelhos havia uma porta.
- Estou sonhando não estou? Quem é você?
Ele pareceu ignorar.
- O medo, nos deixa vulneráveis, nos enloquece, nos torna piores do que somos.
O medo nos faz sentir calafrios, borboletas na barriga, as mãos suam e você quer gritar.
- Pensei que esse fosse o amor...
Ele riu abertamente.
- Tem uma certa semelhança. O amor gera muitos outros sentimentos.
Ele cruzou os braços.
- O medo pode acabar com a saúde física e mental, e não precisa muito para isso acontecer. Então tome cuidado, não deixe o medo te dominar. Não deixe o medo acabar com quem você é. Lembre-se que se falhar, não será o fim.
Ele se levantou calmamente e andou até um espelho. Seu reflexo estava claro, sem sombras. Então a compreensão me invadiu.
- Meu subconsciente?
Ele esboçou um pequeno sorriso para mim e sumiu, então me dirigi lentamente até a única porta que tinha ali, girei a maçaneta e... acordei. Sem medo de tentar fazer do meu dia um dia melhor.
Amizade.
Então, caminhavamos a passos largos com a brisa acompanhando, rindo como todos os dias.
Juntas nós formavamos uma só, e uma completava a outra.
A amizade verdadeira sempre foi assim, aquele amor sincero que todos procuram e que estão tão cegos que não enxergam que esta bem ali, junto a ti.
Ela ria das minhas piadas, e eu ria do riso dela, o riso contagioso que me fazia querer rolar no chão.
Seu braço estava enganchado com o meu, e andavamos sincronizadas pisando na areia de fim de tarde.
Não precisavamos de um motivo concreto para rir, quando estavamos uma com a outra o mundo parecia mais engraçado.
E ela sabia, o quanto era importante para mim, o quanto ainda é. Não é do meu feitio ficar o tempo todo dizendo o quanto ela me importava, e que sem ela nada faria sentido, tudo perderia a graça.
Ela acreditava em mim como ninguém, e ela me passava a maior força que eu continha.
- Você pode ser qualquer coisa que quiser, você pode chegar o quão longe quiser!
Ela completou com uma risada. Eu sorri ternamente, falando devagar.
- Se for para eu ir sozinha, não quero nada disso.
Paramos de caminhar, mas continuamos segurando as mãos e olhando uma para outra.
- Obrigada.
- Obrigada você - disse ela sinceramente.
Então encaixamos naquele abraço bom, sincero, verdadeiro e cheio de compreensão.
Todos nós precisamos de algum confidente, alguém que sinta o mesmo que nós, alguém para confiar os sentimentos mais estranhos que sentimos.
O que seria de mim sem ela?
Juntas nós formavamos uma só, e uma completava a outra.
A amizade verdadeira sempre foi assim, aquele amor sincero que todos procuram e que estão tão cegos que não enxergam que esta bem ali, junto a ti.
Ela ria das minhas piadas, e eu ria do riso dela, o riso contagioso que me fazia querer rolar no chão.
Seu braço estava enganchado com o meu, e andavamos sincronizadas pisando na areia de fim de tarde.
Não precisavamos de um motivo concreto para rir, quando estavamos uma com a outra o mundo parecia mais engraçado.
E ela sabia, o quanto era importante para mim, o quanto ainda é. Não é do meu feitio ficar o tempo todo dizendo o quanto ela me importava, e que sem ela nada faria sentido, tudo perderia a graça.
Ela acreditava em mim como ninguém, e ela me passava a maior força que eu continha.
- Você pode ser qualquer coisa que quiser, você pode chegar o quão longe quiser!
Ela completou com uma risada. Eu sorri ternamente, falando devagar.
- Se for para eu ir sozinha, não quero nada disso.
Paramos de caminhar, mas continuamos segurando as mãos e olhando uma para outra.
- Obrigada.
- Obrigada você - disse ela sinceramente.
Então encaixamos naquele abraço bom, sincero, verdadeiro e cheio de compreensão.
Todos nós precisamos de algum confidente, alguém que sinta o mesmo que nós, alguém para confiar os sentimentos mais estranhos que sentimos.
O que seria de mim sem ela?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Observar.
Se a gente parar para observar nem que sejam 5 minutinhos do valioso tempo que nos resta, iremos perceber coisas que nunca notaríamos nesse tempo normal e corrido em que vivemos.
Existem mais pessoas conscientes, e menos conscientizadoras.
Algumas eufóricas e outras que preferem ficar de canto e passar a vida toda observando os outros.
Qual estaria mais certo?
Por exemplo, eu não tinha parado para perceber que minha vizinha idosa sempre acena para mim da sua janela com a tintura já gasta, a tadinha acenava sempre para o vazio por que eu nunca respondia. Então hoje, fui eu lá e dei um leve aceno com a mão, ela até confusa pareceu, por eu me importar.
Outro exemplo, nunca tinha reparado no som irritante e interessante que as barras de ferro do posto fazem logo no amanhecer. Quando o posto esta abrindo. Mesmo que não acrescente nada na minha vida escutar, eu já sei a que horas eu NÃO devo acordar.
Exemplo seguinte, se eu não tivesse parado para perceber que meu pai tira um cigarro da carteira a cada 5 minutos, eu poderia continuar sendo uma fumante passiva e morrer tragicamente de cancêr, é. Agora ele só fuma quando não estou por perto, por medo de eu atirar algum objeto que esteja ao meu alcançe na cabeça dele.
Muito perspicaz.
Enfim, aprendi a dar valores a alguns detalhes, e a desvalorizar outros que são completamente insignificantes e não acresentam nada pra mim.
Vou sair no estilo Gossip Girl: XoXo ♥
Existem mais pessoas conscientes, e menos conscientizadoras.
Algumas eufóricas e outras que preferem ficar de canto e passar a vida toda observando os outros.
Qual estaria mais certo?
Por exemplo, eu não tinha parado para perceber que minha vizinha idosa sempre acena para mim da sua janela com a tintura já gasta, a tadinha acenava sempre para o vazio por que eu nunca respondia. Então hoje, fui eu lá e dei um leve aceno com a mão, ela até confusa pareceu, por eu me importar.
Outro exemplo, nunca tinha reparado no som irritante e interessante que as barras de ferro do posto fazem logo no amanhecer. Quando o posto esta abrindo. Mesmo que não acrescente nada na minha vida escutar, eu já sei a que horas eu NÃO devo acordar.
Exemplo seguinte, se eu não tivesse parado para perceber que meu pai tira um cigarro da carteira a cada 5 minutos, eu poderia continuar sendo uma fumante passiva e morrer tragicamente de cancêr, é. Agora ele só fuma quando não estou por perto, por medo de eu atirar algum objeto que esteja ao meu alcançe na cabeça dele.
Muito perspicaz.
Enfim, aprendi a dar valores a alguns detalhes, e a desvalorizar outros que são completamente insignificantes e não acresentam nada pra mim.
Vou sair no estilo Gossip Girl: XoXo ♥
Tentando fazer milagres.
É cada ato tem sua consequência, mas as piores consequências vem dos atos estúpidos e irresponsáveis, mas o pior é que são justos.
Que ser humano deixaria dois livros para serem lidos um dia antes do trabalho sobre os mesmos ser feito?
R: Eu e mais uns 500 aí.
É, mas o pior é que eu to no meio. Agora estou eu esperando que caia uma luz do nada e que uma fadinha linda do além venha com seu gnomo amigo e enfie (no bom sentido é claro) todas as informações desses livros.
Se eu fosse inteligente (o que eu obviamente, evidentemente e claramente, não sou) pesquisaria na internet, mas (ta achando né malandro que eu não fiz isso, haha) minha consciência pesa. Então mesmo eu lendo um resuminho básico que facilitaria minha vida, estou eu aqui tentando entender essa história estranha.
Não que eu não seja fã dos romances antigos e etc, mas cara para que usar ''mui'' em um texto? Brasil Hello!
Sim, eu sei que era tudo meio misturado o latim e o português, mas eu prefiro as coisas mais modernas, talvez porque eu viva em uma era mais moderna que a antiga e mais antiga que a seguinte. Ou tanto faz.
Mas enfim, que que eu to fazendo aqui?
Tem dois livros ali me chamando.
Que ser humano deixaria dois livros para serem lidos um dia antes do trabalho sobre os mesmos ser feito?
R: Eu e mais uns 500 aí.
É, mas o pior é que eu to no meio. Agora estou eu esperando que caia uma luz do nada e que uma fadinha linda do além venha com seu gnomo amigo e enfie (no bom sentido é claro) todas as informações desses livros.
Se eu fosse inteligente (o que eu obviamente, evidentemente e claramente, não sou) pesquisaria na internet, mas (ta achando né malandro que eu não fiz isso, haha) minha consciência pesa. Então mesmo eu lendo um resuminho básico que facilitaria minha vida, estou eu aqui tentando entender essa história estranha.
Não que eu não seja fã dos romances antigos e etc, mas cara para que usar ''mui'' em um texto? Brasil Hello!
Sim, eu sei que era tudo meio misturado o latim e o português, mas eu prefiro as coisas mais modernas, talvez porque eu viva em uma era mais moderna que a antiga e mais antiga que a seguinte. Ou tanto faz.
Mas enfim, que que eu to fazendo aqui?
Tem dois livros ali me chamando.
domingo, 4 de outubro de 2009
Montanha Russa.
- Não vou!
Eu gritava como uma criança de 5 aninhos birrenta. Ele me encarou divertido.
- Esta todo mundo te olhando, vamos logo.
Eu mordi meu lábio na dúvida. Ele estava tentando me matar? Ele era louco? Olha o tamanho daquele monstro! Como alguém gostaria de um quase suicídio assim, eim?
- Qual parte do "Eu não vou!" você não entendeu.
- Todas.
Disse ele com desdém me puxando pelo braço, em direnção a minha morte. Eu fiz cara de choro e firmei meus pés no chão, ele revirou os olhos, cruzando os braços.
- Você é medrosa e dramática.
Eu dei de ombros.
- Mesmo assim você continua querendo os beijos dessa medrosa e dramática.
Ele bufou e nossos amigos riram.
- É pra hoje?
Disse a mais baixinha.
- Se a minha querida namorada quiser.
Disse ele com ar de deboche.
Que saco! Era tão errado querer viver? Eu trinquei os dentes e sabia que iria me arrepender pra sempre do que eu faria agora.
- Ok! Eu vou, mas se eu morrer, além de assombrar as noites de vocês quero que morram de arrependimento!
Eles gargalharam, e ele envolveu os braços na minha cintura, trazendo seus lábios para meu ouvido.
- Vou te proteger.
E encostou os lábios no meu pescoço me fazendo tremer. Fomos em direção ao meu medo solidificado e entramos.
Eu tremia demais e quando aquilo começou a subir, eu cerrei os olhos e começei a rezar. Podia escutar as risadinhas baixas e sabia que ele me encarava com um sorriso sinico. E então a descida se aproximou, era hora.
Ele pegou na minha mão e apertou. Aquele carrinho que aparentava ser pouco seguro deslizou pela plataforma, o vento jogou meus cabelos para trás e um frio invadiu minha barriga, agitando as borboletas que tinham lá, era gostoso, adrenalina. Eu sorri. Não conseguia gritar, mas não precisava. A sensação era ótima, e se eu não tivesse aceitado a proposta me arrependeria. Então caímos em outra descida e a sensação me invadiu novamente.
Quando saímos de lá, eles perguntaram.
- Foi tão terrível assim? A gente viu seu sorrisinho!
Eu dei uma risadinha, não iria me render a eles.
- Foi a pior coisa na minha vida!
E saí pisando fundo, eles gargalharam novamente e fomos todos nos intupir de gordura no McDonalds.
Eu gritava como uma criança de 5 aninhos birrenta. Ele me encarou divertido.
- Esta todo mundo te olhando, vamos logo.
Eu mordi meu lábio na dúvida. Ele estava tentando me matar? Ele era louco? Olha o tamanho daquele monstro! Como alguém gostaria de um quase suicídio assim, eim?
- Qual parte do "Eu não vou!" você não entendeu.
- Todas.
Disse ele com desdém me puxando pelo braço, em direnção a minha morte. Eu fiz cara de choro e firmei meus pés no chão, ele revirou os olhos, cruzando os braços.
- Você é medrosa e dramática.
Eu dei de ombros.
- Mesmo assim você continua querendo os beijos dessa medrosa e dramática.
Ele bufou e nossos amigos riram.
- É pra hoje?
Disse a mais baixinha.
- Se a minha querida namorada quiser.
Disse ele com ar de deboche.
Que saco! Era tão errado querer viver? Eu trinquei os dentes e sabia que iria me arrepender pra sempre do que eu faria agora.
- Ok! Eu vou, mas se eu morrer, além de assombrar as noites de vocês quero que morram de arrependimento!
Eles gargalharam, e ele envolveu os braços na minha cintura, trazendo seus lábios para meu ouvido.
- Vou te proteger.
E encostou os lábios no meu pescoço me fazendo tremer. Fomos em direção ao meu medo solidificado e entramos.
Eu tremia demais e quando aquilo começou a subir, eu cerrei os olhos e começei a rezar. Podia escutar as risadinhas baixas e sabia que ele me encarava com um sorriso sinico. E então a descida se aproximou, era hora.
Ele pegou na minha mão e apertou. Aquele carrinho que aparentava ser pouco seguro deslizou pela plataforma, o vento jogou meus cabelos para trás e um frio invadiu minha barriga, agitando as borboletas que tinham lá, era gostoso, adrenalina. Eu sorri. Não conseguia gritar, mas não precisava. A sensação era ótima, e se eu não tivesse aceitado a proposta me arrependeria. Então caímos em outra descida e a sensação me invadiu novamente.
Quando saímos de lá, eles perguntaram.
- Foi tão terrível assim? A gente viu seu sorrisinho!
Eu dei uma risadinha, não iria me render a eles.
- Foi a pior coisa na minha vida!
E saí pisando fundo, eles gargalharam novamente e fomos todos nos intupir de gordura no McDonalds.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Perda.
Tenho certeza que Rebecca* gostaria de dizer que estava naquele carro para um viajem divertida com a sua mãe, mas a tensão que ali havia discordava dessa alternativa.
Se você prestasse bastante atenção o único som que se ouvia era o ronronar baixo do motor e o atrito dos pneus com a estrada.
Rebecca* lançava olhares discretos para sua mãe. Machucava ver a expressão de ausência e dor no rosto dela, então ela encarava seu reflexo na janela, olhando as imagens que passavam como um borrão pelo carro.
Por que ela não chorava? Por que ela não estava se retorcendo de dor e dizendo o quão injusto o mundo foi? Havia algo de errado com ela?
Não, não havia nada de errado com ela. Ela simplesmente ainda não tinha caído em si, a realidade para ela ainda estava oculta, ela achava que era uma brincadeira de mal gosto, e que a qualquer momento alguém pularia na sua frente gritando:
- É brincadeirinha!
Mas uma parte dela sabia que isso não iria acontecer. Ela trouxe as pernas em cima do banco junto ao seu corpo, para evitar que um buraco se abrisse a qualquer momento. Ela devia apoiar sua mãe nesse momento, passar alguma energia positiva, se ela tivesse.
Ela fungou olhando para o vazio, tentando lembrar de coisas divertidas, coisas boas, coisas que pudessem completar ela de alguma maneira.
Para ela ele não havia ido embora completamente, ele só estava em mais uma de suas viajens e logo chegaria em casa com um sorriso preso nos lábios e com os braços aberto falando:
- Onde estão as duas mulheres mais lindas da minha vida?
Mesmo ela lembrando desses momentos, a lembrança que mais marcava, e que insistia em se fazer sólida em sua cabeça, era daquele dia...
" Um fim de tarde típico de primaveira, ele empurrava ela delicadamente no balanço, tratando ela como uma criançinha mimada, mesmo ela tendo completo 16 anos. Todo dia ele a pegava no colo e a girava, chamando ela de minha menininha. Ela sorria só de lembrar.
Ela pendeu a cabeça para trás para poder ver ele, ele sorria para ela, e ela retribuia. Então ele se sentou no balanço ao seu lado.
Passou a mão na testa num gesto cansado e tirou os óculos. Ela o olhou por um minuto, se prendendo em todos os detalhes. Seu cabelos grisalhos arrumados e seu ar de intelectual, seus olhos com as três cores misturadas estavam sem brilho e ele respirava pesadamente.
Ele abriu um sorriso como o de alguém que se desculpava por ter que partir.
- O que foi pai?
Ele passou novamente a mão na testa limpando as gotículas de suor que por ali se encontravam.
- Nada minha menina, eu só queria te dizer algumas palavras, não tenho muito tempo...
Ela o interrompeu com uma voz alarmada.
- Claro que você tem! Não fale bobagens, você ainda vai viver muito!
Ele riu do tom afobado que ela tinha na voz, e balançou a cabeça negativamente, tentando passar um pouco de calma.
- Não estava me referindo a isso minha menina, estava me referindo ao fim da tarde, daqui a pouco temos que ir pra casa...
Ele olhou pro horizonte que possuía uma cor alaranjada, ela seguiu seu olhar, sabendo que não era aquilo que ele queria dizer, mas resolveu não dizer nada, a realidade era cruel demais.
Ela mordeu o lábio tentando conter a agonia dentro de si. De ver seu pai tão cansado, tão derrotado e doente.
Ele havia lutado o quanto podia, e ela o havia acompanhado com uma fé inabalável, mas não foi o bastante, o cancêr o corroia.
Ele respirou fundo, e a encarou.
- A vida é curta demais pra se preocupar com coisas passageiras, então tire um tempo para apreciar, menininha. Eu amo você.
Ela se levantou lentamente do balanço e puxou a mão do pai para abraça-lo com toda força que ela tinha, sussurrando contra o blusão azul e gasto preferido dele que ele sempre usava.
- Também te amo, pai."
Mal ela sabia que na noite daquele dia típico de primavera, ele não estaria mais com ela e com sua mãe.
Uma dor aguda atingiu seu estômago já irritado, ela fungou novamente.
Trouxe o blusão que ela usava até seus lábios para depositar um beijo, e depois respirou fundo, sentindo a fragrância de seu pai que ainda estava impregnada no blusão azul que agora a pertencia. Um cheiro cítrico, meio amadeirado a invadiu, fazendo a saudades e o sentimento de compreensão que antes ela não tinha, vierem a tona.
Um nó enorme se abriu em sua garganta, ela queria gritar. Algumas lágrimas percorreram seu rosto sem nenhum esforço, sem nem mesmo piscar.
E ela continuou firme e forte, encarando as árvores lá fora.
Então sua mãe pigarreou, trazendo sua atenção de volta.
- Esta com fome?
Era tão bom ouvir novamente a voz de sua mãe. Elas não se falavam direito a dias, a dor reinava e fazia do silêncio uma companhia frequente. Sua mãe teve de viajar para cuidar do velório. Rebecca preferiu não ir, não queria lembrar de um pai frio e sem expressões. Ela sorriu.
- Estou se você estiver, mãe.
Sua mãe acompanhou seu sorriso, inclinou seu corpo por cima do banco sem tirar o olhos da estrada para depositar um beijo na testa de Rebecca. E ela pode entender a dor de sua mãe, que havia perdido seu grande e único amor, sua felicidade, seu companheiro. Ela devia estar se remoendo por dentro.
Naquele momento Rebecca jurou para si, que faria sua mãe conhecer a felicidade novamente, que seria forte pelas duas. Por que algo dentro dela dizia que seu pai sempre estaria acompanhando elas, que a felicidade das duas era seu maior e último desejo. As duas juntas, poderiam fechar o buraco da perda, sempre lembrando ternamente do jeito dele e se aconchegar nisso. Talvez a mudança de ares ajudasse nisso, era o que ela esperava.
Era o real motivo de estar dentro daquele carro.
Se você prestasse bastante atenção o único som que se ouvia era o ronronar baixo do motor e o atrito dos pneus com a estrada.
Rebecca* lançava olhares discretos para sua mãe. Machucava ver a expressão de ausência e dor no rosto dela, então ela encarava seu reflexo na janela, olhando as imagens que passavam como um borrão pelo carro.
Por que ela não chorava? Por que ela não estava se retorcendo de dor e dizendo o quão injusto o mundo foi? Havia algo de errado com ela?
Não, não havia nada de errado com ela. Ela simplesmente ainda não tinha caído em si, a realidade para ela ainda estava oculta, ela achava que era uma brincadeira de mal gosto, e que a qualquer momento alguém pularia na sua frente gritando:
- É brincadeirinha!
Mas uma parte dela sabia que isso não iria acontecer. Ela trouxe as pernas em cima do banco junto ao seu corpo, para evitar que um buraco se abrisse a qualquer momento. Ela devia apoiar sua mãe nesse momento, passar alguma energia positiva, se ela tivesse.
Ela fungou olhando para o vazio, tentando lembrar de coisas divertidas, coisas boas, coisas que pudessem completar ela de alguma maneira.
Para ela ele não havia ido embora completamente, ele só estava em mais uma de suas viajens e logo chegaria em casa com um sorriso preso nos lábios e com os braços aberto falando:
- Onde estão as duas mulheres mais lindas da minha vida?
Mesmo ela lembrando desses momentos, a lembrança que mais marcava, e que insistia em se fazer sólida em sua cabeça, era daquele dia...
" Um fim de tarde típico de primaveira, ele empurrava ela delicadamente no balanço, tratando ela como uma criançinha mimada, mesmo ela tendo completo 16 anos. Todo dia ele a pegava no colo e a girava, chamando ela de minha menininha. Ela sorria só de lembrar.
Ela pendeu a cabeça para trás para poder ver ele, ele sorria para ela, e ela retribuia. Então ele se sentou no balanço ao seu lado.
Passou a mão na testa num gesto cansado e tirou os óculos. Ela o olhou por um minuto, se prendendo em todos os detalhes. Seu cabelos grisalhos arrumados e seu ar de intelectual, seus olhos com as três cores misturadas estavam sem brilho e ele respirava pesadamente.
Ele abriu um sorriso como o de alguém que se desculpava por ter que partir.
- O que foi pai?
Ele passou novamente a mão na testa limpando as gotículas de suor que por ali se encontravam.
- Nada minha menina, eu só queria te dizer algumas palavras, não tenho muito tempo...
Ela o interrompeu com uma voz alarmada.
- Claro que você tem! Não fale bobagens, você ainda vai viver muito!
Ele riu do tom afobado que ela tinha na voz, e balançou a cabeça negativamente, tentando passar um pouco de calma.
- Não estava me referindo a isso minha menina, estava me referindo ao fim da tarde, daqui a pouco temos que ir pra casa...
Ele olhou pro horizonte que possuía uma cor alaranjada, ela seguiu seu olhar, sabendo que não era aquilo que ele queria dizer, mas resolveu não dizer nada, a realidade era cruel demais.
Ela mordeu o lábio tentando conter a agonia dentro de si. De ver seu pai tão cansado, tão derrotado e doente.
Ele havia lutado o quanto podia, e ela o havia acompanhado com uma fé inabalável, mas não foi o bastante, o cancêr o corroia.
Ele respirou fundo, e a encarou.
- A vida é curta demais pra se preocupar com coisas passageiras, então tire um tempo para apreciar, menininha. Eu amo você.
Ela se levantou lentamente do balanço e puxou a mão do pai para abraça-lo com toda força que ela tinha, sussurrando contra o blusão azul e gasto preferido dele que ele sempre usava.
- Também te amo, pai."
Mal ela sabia que na noite daquele dia típico de primavera, ele não estaria mais com ela e com sua mãe.
Uma dor aguda atingiu seu estômago já irritado, ela fungou novamente.
Trouxe o blusão que ela usava até seus lábios para depositar um beijo, e depois respirou fundo, sentindo a fragrância de seu pai que ainda estava impregnada no blusão azul que agora a pertencia. Um cheiro cítrico, meio amadeirado a invadiu, fazendo a saudades e o sentimento de compreensão que antes ela não tinha, vierem a tona.
Um nó enorme se abriu em sua garganta, ela queria gritar. Algumas lágrimas percorreram seu rosto sem nenhum esforço, sem nem mesmo piscar.
E ela continuou firme e forte, encarando as árvores lá fora.
Então sua mãe pigarreou, trazendo sua atenção de volta.
- Esta com fome?
Era tão bom ouvir novamente a voz de sua mãe. Elas não se falavam direito a dias, a dor reinava e fazia do silêncio uma companhia frequente. Sua mãe teve de viajar para cuidar do velório. Rebecca preferiu não ir, não queria lembrar de um pai frio e sem expressões. Ela sorriu.
- Estou se você estiver, mãe.
Sua mãe acompanhou seu sorriso, inclinou seu corpo por cima do banco sem tirar o olhos da estrada para depositar um beijo na testa de Rebecca. E ela pode entender a dor de sua mãe, que havia perdido seu grande e único amor, sua felicidade, seu companheiro. Ela devia estar se remoendo por dentro.
Naquele momento Rebecca jurou para si, que faria sua mãe conhecer a felicidade novamente, que seria forte pelas duas. Por que algo dentro dela dizia que seu pai sempre estaria acompanhando elas, que a felicidade das duas era seu maior e último desejo. As duas juntas, poderiam fechar o buraco da perda, sempre lembrando ternamente do jeito dele e se aconchegar nisso. Talvez a mudança de ares ajudasse nisso, era o que ela esperava.
Era o real motivo de estar dentro daquele carro.
Changed the world for me
Yép, é uma música que me assombra a cada instante do dia desde o momento que eu a escutei , entãaaaaaaaaaaaaaaaao vamos liberta-la.
Minhas mãos suavam e meu estômago estava agitado, sentado naquele banco de aeroporto com os pais dela me encarando eu me sentia uma pessoa observada, e culpada.
Mexi no boné tentando achar um conforto, e passeando meus olhos pela sala de espera tentei encontrar alguma coisa pelo que procurar.
Meu coração batia alucinado só de imaginar que a veria novamente, depois de tanto tempo... Exatamente 2 anos, 5 meses e 14 horas, ela havia aceitado a proposta do tio dela que morava fora do país para estudar por um tempo lá. No começo eu não queria acreditar, não queria pensar nela longe de mim, longe dos meus olhos e dos meus cuidados.
Mas depois de algumas reclamações e lágrimas minha mãe disse que eu deveria estar feliz pela oportunidade na vida que ela estaria ganhando. E lá fui eu, inconformado anonimamente levá-la até o aeroporto para ver ela partir por alguns anos.
Você não sabe a sensação de ver a pessoa que te fez mudar, que te fez ver as coisas diferente, que te fez amá-la ir embora.
Ela realmente me fez mudar, ela realmente fez minha mãe agradecer aos céus suas rezas atendidas.
Só de lembrar do perfuma que exalava dos seus cabelos quando ela se movimentava, minha cabeça gira buscando aquele cheiro.
Então minha respiração acelerou quando uma voz em um alto falante avisou a chegada de um vôo, o dela.
Levantei meio desajeitado encarando o painel grande e brilhante diante de mim. Caminhei em silêncio com os pais dela até o lugar onde eu a veria.
No primeiro momento que a vi, diferente, tão mudada não acreditei que ela era minha, mas o sorriso qe ela esboçou para mim me inundou de uma certeza inabalável.
Seus cabelos estavam mais claros, e caiam longos por sobre seu ombro, enrrolados como eu lembrava.
Seu sorriso parecia mais sincero e ela caminhava lentamente até mim.
Segurava uma mochila atravessada e largou as malas no chão, correndo em minha direção.
Eu abri os braços quase num movimento automático, e a segurei fortemente.
O cheiro que eu tanto ansiei por tempos me invadiu, mais doce do que o normal, senti os lábios dela percorrerem um caminho pelo meu pescoço, e os meus lábios se curvaram em um sorriso natural, sem nenhum esforço. Sentir ela novamente perto de mim, me completava de uma maneira inimaginável, e fazia com que eu tivesse certeza que essa pequenina tinha mudado o mundo pra mim.
Ela me encarou por um segundo, me fazendo perder a fala naqueles olhos que eu tanto sentia a falta.
Ela aproximou a boca da minha, e eu a puxei mais pra mim.
Era assim que eu queria estar com ela, a todo momento. E aqueles 2 anos, 5 meses e 14 horas se tranformaram em pó naquele local daquele determinado aeroporto.
Afaguei seus cabelos levemente, e tentei falar na voz mais controlada que eu tinha.
- Eu te amo garota.
Ela sorriu, brincalhona e divertida, rindo da minha cara de bobo.
- E eu senti saudades.
Ela me olhou ternamente, passando os dedos pela minha bochecha, falando em uma voz que me derreteu por inteiro.
- A saudades melhora tudo.
Eu ri. Ela tinha razão, a saudades melhorava tudo, e eu esperaria fiel e amando por ela a vida inteira.
Minhas mãos suavam e meu estômago estava agitado, sentado naquele banco de aeroporto com os pais dela me encarando eu me sentia uma pessoa observada, e culpada.
Mexi no boné tentando achar um conforto, e passeando meus olhos pela sala de espera tentei encontrar alguma coisa pelo que procurar.
Meu coração batia alucinado só de imaginar que a veria novamente, depois de tanto tempo... Exatamente 2 anos, 5 meses e 14 horas, ela havia aceitado a proposta do tio dela que morava fora do país para estudar por um tempo lá. No começo eu não queria acreditar, não queria pensar nela longe de mim, longe dos meus olhos e dos meus cuidados.
Mas depois de algumas reclamações e lágrimas minha mãe disse que eu deveria estar feliz pela oportunidade na vida que ela estaria ganhando. E lá fui eu, inconformado anonimamente levá-la até o aeroporto para ver ela partir por alguns anos.
Você não sabe a sensação de ver a pessoa que te fez mudar, que te fez ver as coisas diferente, que te fez amá-la ir embora.
Ela realmente me fez mudar, ela realmente fez minha mãe agradecer aos céus suas rezas atendidas.
Só de lembrar do perfuma que exalava dos seus cabelos quando ela se movimentava, minha cabeça gira buscando aquele cheiro.
Então minha respiração acelerou quando uma voz em um alto falante avisou a chegada de um vôo, o dela.
Levantei meio desajeitado encarando o painel grande e brilhante diante de mim. Caminhei em silêncio com os pais dela até o lugar onde eu a veria.
No primeiro momento que a vi, diferente, tão mudada não acreditei que ela era minha, mas o sorriso qe ela esboçou para mim me inundou de uma certeza inabalável.
Seus cabelos estavam mais claros, e caiam longos por sobre seu ombro, enrrolados como eu lembrava.
Seu sorriso parecia mais sincero e ela caminhava lentamente até mim.
Segurava uma mochila atravessada e largou as malas no chão, correndo em minha direção.
Eu abri os braços quase num movimento automático, e a segurei fortemente.
O cheiro que eu tanto ansiei por tempos me invadiu, mais doce do que o normal, senti os lábios dela percorrerem um caminho pelo meu pescoço, e os meus lábios se curvaram em um sorriso natural, sem nenhum esforço. Sentir ela novamente perto de mim, me completava de uma maneira inimaginável, e fazia com que eu tivesse certeza que essa pequenina tinha mudado o mundo pra mim.
Ela me encarou por um segundo, me fazendo perder a fala naqueles olhos que eu tanto sentia a falta.
Ela aproximou a boca da minha, e eu a puxei mais pra mim.
Era assim que eu queria estar com ela, a todo momento. E aqueles 2 anos, 5 meses e 14 horas se tranformaram em pó naquele local daquele determinado aeroporto.
Afaguei seus cabelos levemente, e tentei falar na voz mais controlada que eu tinha.
- Eu te amo garota.
Ela sorriu, brincalhona e divertida, rindo da minha cara de bobo.
- E eu senti saudades.
Ela me olhou ternamente, passando os dedos pela minha bochecha, falando em uma voz que me derreteu por inteiro.
- A saudades melhora tudo.
Eu ri. Ela tinha razão, a saudades melhorava tudo, e eu esperaria fiel e amando por ela a vida inteira.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Pretty lie.
Mentirinhas e fingimentos não machucam ninguém, certo? E-R-R-A-D-O
Como dizia a sábia Britney Spears... isso esta LIKE A CIRCUS.
Lá estava eu novamente, presa aos seus encantos e as suas mentiras. Eu o encarava incrédula, não com ele, mas comigo mesmo por ter caído novamente em sua teia enorme e sem fim de mentiras.
Era o circo dele, onde a palhaça era eu.
Meus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, não ele não ia saber que eu estava me remoendo por dentro, não daria esse gostinho para ele poder se gabar mais adiante.
Cruzei as pernas delicadamente, me certificando que ele gravaria cada movimento meu.
Ele levantou os olhos, com aquele cigarro irritante por entre seus lábios.
Soprou lentamente a fumaça em minha direção com uma expressão divertida, eu balançei a cabeça rindo, então ele falou com aquela voz roca que deixaria qualquer um tonto:
- Qual é a graça? Você ser a piada ou a minha genialidade?
Ele riu maliciosamente, e eu acompanhei.
Ele não esperava que eu risse, ele esperava que eu chorasse e implorasse por seus beijos ali mesmo, coitado.
Puxei o folêgo e passei o olhos por todo ambiente.
- Você se acha tão genial por magoar alguém?
Parecia que eu tinha tocada em sua ferida. Eu dei uma risadinha desconfortável e me levantei, ele acompanhou o movimento se indireitando.
- Desculpa acabar com a sua brincadeira, mas você é tão previsível e assim não vai ter futuro. Então aqui vai meu conselho, cresça.
A incompreensão invadiu seu olhar, seu plano não tinha dado certo, me enganar não foi o bastante.
Me aproximei vagarosamente, encostando meus lábios nos dele por um momento.
Ele continuou intacto me observando partir.
Eu caminhava lentamente para longe dele, me certificando de que não pisaria em falso e sentindo seus olhos nas minhas costas.
Brincar comigo seria o último ato dele, e cair nessa seria meu último ato.
Ele era a criança cujo o brinquedo eu quebrei, e agora ele teria que se acustumar com isso.
Sentei no banco da praça mais próxima tentando sentir os batimentos e deixando o nó da minha garganta se desfazer, ele tinha me enganado novamente. Era tão fácil cair naqueles olhos claros, e só se dar conta da realidade quando ele te puxasse. Eu desmoronei no banco cansada, esperando que as lembranças me inundassem, cada beijo, cada sussurro e cada toque que nunca me deixaria seguir.
Limpei as lágrimas que trassavam um caminho por minhas bochechas e encarei o telefone que começou a vibrar.
Era ele, a criança atrás de seu brinquedo novo. Era um ciclo vicioso, nunca iria parar. Eu atendi com minha voz de derrota e em resposta sua voz roca, com as mesmas desculpas de sempre.
Talvez fosse para ser assim, talvez eu tivesse que aceitar e ficar conformada.
- Alô?
Como dizia a sábia Britney Spears... isso esta LIKE A CIRCUS.
Lá estava eu novamente, presa aos seus encantos e as suas mentiras. Eu o encarava incrédula, não com ele, mas comigo mesmo por ter caído novamente em sua teia enorme e sem fim de mentiras.
Era o circo dele, onde a palhaça era eu.
Meus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, não ele não ia saber que eu estava me remoendo por dentro, não daria esse gostinho para ele poder se gabar mais adiante.
Cruzei as pernas delicadamente, me certificando que ele gravaria cada movimento meu.
Ele levantou os olhos, com aquele cigarro irritante por entre seus lábios.
Soprou lentamente a fumaça em minha direção com uma expressão divertida, eu balançei a cabeça rindo, então ele falou com aquela voz roca que deixaria qualquer um tonto:
- Qual é a graça? Você ser a piada ou a minha genialidade?
Ele riu maliciosamente, e eu acompanhei.
Ele não esperava que eu risse, ele esperava que eu chorasse e implorasse por seus beijos ali mesmo, coitado.
Puxei o folêgo e passei o olhos por todo ambiente.
- Você se acha tão genial por magoar alguém?
Parecia que eu tinha tocada em sua ferida. Eu dei uma risadinha desconfortável e me levantei, ele acompanhou o movimento se indireitando.
- Desculpa acabar com a sua brincadeira, mas você é tão previsível e assim não vai ter futuro. Então aqui vai meu conselho, cresça.
A incompreensão invadiu seu olhar, seu plano não tinha dado certo, me enganar não foi o bastante.
Me aproximei vagarosamente, encostando meus lábios nos dele por um momento.
Ele continuou intacto me observando partir.
Eu caminhava lentamente para longe dele, me certificando de que não pisaria em falso e sentindo seus olhos nas minhas costas.
Brincar comigo seria o último ato dele, e cair nessa seria meu último ato.
Ele era a criança cujo o brinquedo eu quebrei, e agora ele teria que se acustumar com isso.
Sentei no banco da praça mais próxima tentando sentir os batimentos e deixando o nó da minha garganta se desfazer, ele tinha me enganado novamente. Era tão fácil cair naqueles olhos claros, e só se dar conta da realidade quando ele te puxasse. Eu desmoronei no banco cansada, esperando que as lembranças me inundassem, cada beijo, cada sussurro e cada toque que nunca me deixaria seguir.
Limpei as lágrimas que trassavam um caminho por minhas bochechas e encarei o telefone que começou a vibrar.
Era ele, a criança atrás de seu brinquedo novo. Era um ciclo vicioso, nunca iria parar. Eu atendi com minha voz de derrota e em resposta sua voz roca, com as mesmas desculpas de sempre.
Talvez fosse para ser assim, talvez eu tivesse que aceitar e ficar conformada.
- Alô?
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