domingo, 4 de outubro de 2009

Montanha Russa.

- Não vou!
Eu gritava como uma criança de 5 aninhos birrenta. Ele me encarou divertido.
- Esta todo mundo te olhando, vamos logo.
Eu mordi meu lábio na dúvida. Ele estava tentando me matar? Ele era louco? Olha o tamanho daquele monstro! Como alguém gostaria de um quase suicídio assim, eim?
- Qual parte do "Eu não vou!" você não entendeu.
- Todas.
Disse ele com desdém me puxando pelo braço, em direnção a minha morte. Eu fiz cara de choro e firmei meus pés no chão, ele revirou os olhos, cruzando os braços.
- Você é medrosa e dramática.
Eu dei de ombros.
- Mesmo assim você continua querendo os beijos dessa medrosa e dramática.
Ele bufou e nossos amigos riram.
- É pra hoje?
Disse a mais baixinha.
- Se a minha querida namorada quiser.
Disse ele com ar de deboche.
Que saco! Era tão errado querer viver? Eu trinquei os dentes e sabia que iria me arrepender pra sempre do que eu faria agora.
- Ok! Eu vou, mas se eu morrer, além de assombrar as noites de vocês quero que morram de arrependimento!
Eles gargalharam, e ele envolveu os braços na minha cintura, trazendo seus lábios para meu ouvido.
- Vou te proteger.
E encostou os lábios no meu pescoço me fazendo tremer. Fomos em direção ao meu medo solidificado e entramos.
Eu tremia demais e quando aquilo começou a subir, eu cerrei os olhos e começei a rezar. Podia escutar as risadinhas baixas e sabia que ele me encarava com um sorriso sinico. E então a descida se aproximou, era hora.
Ele pegou na minha mão e apertou. Aquele carrinho que aparentava ser pouco seguro deslizou pela plataforma, o vento jogou meus cabelos para trás e um frio invadiu minha barriga, agitando as borboletas que tinham lá, era gostoso, adrenalina. Eu sorri. Não conseguia gritar, mas não precisava. A sensação era ótima, e se eu não tivesse aceitado a proposta me arrependeria. Então caímos em outra descida e a sensação me invadiu novamente.
Quando saímos de lá, eles perguntaram.
- Foi tão terrível assim? A gente viu seu sorrisinho!
Eu dei uma risadinha, não iria me render a eles.
- Foi a pior coisa na minha vida!
E saí pisando fundo, eles gargalharam novamente e fomos todos nos intupir de gordura no McDonalds.