Mentirinhas e fingimentos não machucam ninguém, certo? E-R-R-A-D-O
Como dizia a sábia Britney Spears... isso esta LIKE A CIRCUS.
Lá estava eu novamente, presa aos seus encantos e as suas mentiras. Eu o encarava incrédula, não com ele, mas comigo mesmo por ter caído novamente em sua teia enorme e sem fim de mentiras.
Era o circo dele, onde a palhaça era eu.
Meus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, não ele não ia saber que eu estava me remoendo por dentro, não daria esse gostinho para ele poder se gabar mais adiante.
Cruzei as pernas delicadamente, me certificando que ele gravaria cada movimento meu.
Ele levantou os olhos, com aquele cigarro irritante por entre seus lábios.
Soprou lentamente a fumaça em minha direção com uma expressão divertida, eu balançei a cabeça rindo, então ele falou com aquela voz roca que deixaria qualquer um tonto:
- Qual é a graça? Você ser a piada ou a minha genialidade?
Ele riu maliciosamente, e eu acompanhei.
Ele não esperava que eu risse, ele esperava que eu chorasse e implorasse por seus beijos ali mesmo, coitado.
Puxei o folêgo e passei o olhos por todo ambiente.
- Você se acha tão genial por magoar alguém?
Parecia que eu tinha tocada em sua ferida. Eu dei uma risadinha desconfortável e me levantei, ele acompanhou o movimento se indireitando.
- Desculpa acabar com a sua brincadeira, mas você é tão previsível e assim não vai ter futuro. Então aqui vai meu conselho, cresça.
A incompreensão invadiu seu olhar, seu plano não tinha dado certo, me enganar não foi o bastante.
Me aproximei vagarosamente, encostando meus lábios nos dele por um momento.
Ele continuou intacto me observando partir.
Eu caminhava lentamente para longe dele, me certificando de que não pisaria em falso e sentindo seus olhos nas minhas costas.
Brincar comigo seria o último ato dele, e cair nessa seria meu último ato.
Ele era a criança cujo o brinquedo eu quebrei, e agora ele teria que se acustumar com isso.
Sentei no banco da praça mais próxima tentando sentir os batimentos e deixando o nó da minha garganta se desfazer, ele tinha me enganado novamente. Era tão fácil cair naqueles olhos claros, e só se dar conta da realidade quando ele te puxasse. Eu desmoronei no banco cansada, esperando que as lembranças me inundassem, cada beijo, cada sussurro e cada toque que nunca me deixaria seguir.
Limpei as lágrimas que trassavam um caminho por minhas bochechas e encarei o telefone que começou a vibrar.
Era ele, a criança atrás de seu brinquedo novo. Era um ciclo vicioso, nunca iria parar. Eu atendi com minha voz de derrota e em resposta sua voz roca, com as mesmas desculpas de sempre.
Talvez fosse para ser assim, talvez eu tivesse que aceitar e ficar conformada.
- Alô?
